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Vocatum Indica

Colcha de retalhos

O filme narra a trajetória de um grupo de mulheres de diferentes gerações que se reúnem para confeccionar colchas de retalhos, tendo sempre um tema para nortear seu trabalho de construção coletiva.

A produção é de 1995, mas a temática é atemporal.
O filme narra a trajetória de Finn, uma jovem de 25 anos que está tentando concluir sua tese de mestrado e que entra e conflito ao receber do namorado, com quem vive, uma proposta de casamento.
Ao se perceber desorientada, a jovem resolve passar o verão na casa da avó para terminar a sua tese e reorganizar as emoções e pensamentos.
Nesse período, tem a oportunidade de conviver com um grupo de mulheres que se reúne numa espécie de clube para confeccionar colchas de retalhos temáticas e artesanais.
A atividade, entretanto, vai além do trabalho coletivo, de forma que proporciona uma releitura de diferentes narrativas da vida dessas mulheres, suas histórias, escolhas e paixões, despertando sentimentos intensos em todas as envolvidas, inclusive em Finn, enquanto uma colcha temática sobre o amor é confeccionada, para ser ofertada a ela.
Descobertas inusitadas acontecem e, com isso, um reposicionamento diante da vida e das escolhas é requerido.
O filme é uma obra de arte. Fala sobre a vida, suas sutilezas, encantos e desencantos que perpassaram as vidas dessas mulheres, convidando-nos a refletir a respeito da nossa própria vida e escolhas.

Ficha Tecnica

  • Titulo Original – How to Make an American Quilt – 1995, dirigido por Jocelyn Moorhouse, Estados Unidos
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Psicologia do Climatério

Climatério e Pandemia, uma conta que não fecha

Estamos exaustos, não restam dúvidas. O “novo normal”, que de normal não tem nada, agora nem mais novo é. Já estamos no segundo ano de pandemia de COVID 19 e a vida insiste em não se acomodar. Ao contrário, incomoda.

Somado a esse cenário nada alentador, muitas mulheres começaram a vivenciar o climatério, que é um processo novo, e normal. Sim, normal. Acontece que temos o hábito de entender por normal situações conhecidas, e o climatério, apesar de recorrente, frequente e esperado segue rodeado de mistério, o que o coloca na ciranda de assuntos pouco explorados. Daí talvez venha a sensação de que essa etapa não é normal.

Assim como em razão da pandemia tivemos (e ainda teremos, e nem sabemos até quando) que buscar alternativas possíveis e viáveis de conduta dentro das poucas alternativas que nos restam, no climatério semelhante necessidade desponta.

As alterações despontam, reclamando serem atendidas. Nossos corpos, forças e hábitos estão sob novos comandos, constatação que costuma causar comoção e ressentimentos por parte de muitas mulheres. Um dos fatores que dificulta muito a travessia do climatério é a resistência em aceitar as mudanças, que sempre são encaradas como punição ou perdas.

Não é de se estranhar que muitas de nós prefiram ignorar os sinais e sintomas do climatério, como se assim fazendo, pudéssemos barganhar com o “envelhecimento”… afinal, o que os olhos não veem, o coração não sente. Será?

O nosso organismo tem uma inteligência própria, além de uma imensa capacidade de adaptação. Então, de nada adianta tentar enganá-lo. Se nos recusarmos a admitir as mudanças trazidas pelo climatério, que são necessárias e saudáveis, a situação tende a se tornar mais desafiadora do que já é. Tal postura coloca um sobrepeso emocional e psicológico num período onde a mulher precisa se aceitar e se acolher de forma profunda e significativa, a fim de não sofrer em demasia durante esse período e nos anos subsequentes.

É sabido que o climatério costuma ser bastante desafiador para a maioria das mulheres. Buscar informações, autoconhecimento, aceitação da passagem do tempo e suas características ajuda a relativizar as perdas e descobrir os ganhos. Apesar de ser um processo de transformação e preparação para o fim do período reprodutivo da mulher, é plenamente possível ampliar o entendimento do papel da mulher para além da função reprodutiva, e tal processo costuma ser libertador.

Para minimizar o sofrimento e potencializar as descobertas significativas, o conhecimento é um grande aliado. Caso essas mudanças despertem sentimentos muito dolorosos e difíceis de lidar, considere a possibilidade de buscar ajuda profissional.

Outra possibilidade de auxílio é o diálogo. Cada mulher vivencia o climatério de forma única e singular, mas buscar grupos de partilha promove encorajamento e senso de pertencimento. O climatério ainda é um assunto pouco abordado na sociedade e me muitas famílias, então é melhor procurar educar os que estão no seu entorno relacional do que se ressentir e se isolar em razão não estar sendo compreendida da maneira que você necessita. Afinal, estamos vivenciando uma pandemia em escala global, e estamos todos muito fragilizados. Cuide-se especialmente. Sua saúde e qualidade de vida agradecem.